Em frente à cafeteria Saint Louis, um
jovem adulto usa seu notebook para escrever suas memórias fictícias, enquanto
espera o garçom chegar com seu café quente e amargo. Uma moça aproxima-se e
toca-lhe o ombro. – Oi, meu amor. – Diz André carinhosamente, mas sem tirar os
olhos da tela. Ana Clara senta-se ao lado do namorado e acende um cigarro de
filtro branco. – Eu sei o que você pensa sobre isso, só que não me importo.
Minha vida, meus vícios... – André desliga o computador, levanta-se e tira a
sua aliança do dedo, deixando-a sob a mesa. – Exatamente, Ana Clara... é a sua
vida. Não a minha.
Enquanto André distancia-se, ela olha
para o anel dourado à sua frente e chora em silêncio. Alguns minutos depois,
está num táxi que cheira a incenso floral e perfume barato. Perdida em ideias
tristes, Ana Clara percebe que sua vida mudaria completamente. Já é noite
quando ela chega a seu apartamento. Serve uma taça de vinho tinto suave e
põe-se a navegar pelas salas de bate-papo online, a fim de esquecer o
rompimento com André. Um nome masculino chama sua atenção e eles trocam
cumprimentos. Ele é engraçado e interessante. Após algumas horas de conversa,
Ana Clara resolve perguntar-lhe se Paulo é seu nome verdadeiro. À resposta
positiva, segue-se a despedida. – Desculpa, Ana, mas eu tenho que dormir.
São nove horas da manhã e Paulo dá um
pulo da cama. Percebendo que se atrasaria para a importante reunião no
escritório, decide dormir mais um pouco. “Quero nem saber!” – Pensou.
Do outro lado da cidade, Jade telefona,
desesperadamente, para seu chefe. “Atende, Paulo, atende!”. – Jade, os clientes
estão esperando. Cadê o Paulo? – Pergunta Marcos, o diretor de criação. – Não
sei, chefe! Eu sou a secretária dele, não a mãe!
Diante da sua ausência, Marcos resolve
apresentar sozinho o projeto gráfico de Paulo. Ao fim da reunião, Marcos chama
Jade até sua sala.
–
Conseguiu falar com o Paulo? – Diz ele, fazendo sinal para que a porta seja
fechada. – Ainda não, senhor. – Então vai buscar ele, já!
Jade pega o carro e sai dirigindo pelo
centro. Porque ainda está ocupada, pensando na bronca que daria em seu chefe e
amigo, acaba por não perceber o sinal vermelho. Uma moto preta atravessa à sua
frente e o carro de Jade acaba parando do outro lado da avenida. Tudo fica preto
e, então, branco. O cheiro de desinfetante cítrico e soro invade seus sentidos
e ela acorda em um leito. O enfermeiro aproxima-se da cama e pergunta-lhe o
nome, quantos anos tem e onde trabalha. – Eu sou a Jade, tenho 26 anos e acho
que perdi meu emprego. E você?
Ele
sorri e aponta o crachá no seu peito. – Eu sou o André, tenho 32 e perdi a
namorada. – Prazer, André. – Prazer. Em frente à cafeteria Saint Louis, um
jovem adulto usa seu notebook para escrever suas memórias fictícias, enquanto
espera o garçom chegar com seu café quente e amargo. Uma moça aproxima-se e
toca-lhe o ombro. – Oi, meu amor. – Diz André carinhosamente, mas sem tirar os
olhos da tela. Ana Clara senta-se ao lado do namorado e acende um cigarro de
filtro branco. – Eu sei o que você pensa sobre isso, só que não me importo.
Minha vida, meus vícios... – André desliga o computador, levanta-se e tira a
sua aliança do dedo, deixando-a sob a mesa. – Exatamente, Ana Clara... é a sua
vida. Não a minha.
Enquanto André distancia-se, ela olha
para o anel dourado à sua frente e chora em silêncio. Alguns minutos depois,
está num táxi que cheira a incenso floral e perfume barato. Perdida em ideias
tristes, Ana Clara percebe que sua vida mudaria completamente. Já é noite
quando ela chega a seu apartamento. Serve uma taça de vinho tinto suave e
põe-se a navegar pelas salas de bate-papo online, a fim de esquecer o
rompimento com André. Um nome masculino chama sua atenção e eles trocam
cumprimentos. Ele é engraçado e interessante. Após algumas horas de conversa,
Ana Clara resolve perguntar-lhe se Paulo é seu nome verdadeiro. À resposta
positiva, segue-se a despedida. – Desculpa, Ana, mas eu tenho que dormir.
São nove horas da manhã e Paulo dá um
pulo da cama. Percebendo que se atrasaria para a importante reunião no
escritório, decide dormir mais um pouco. “Quero nem saber!” – Pensou.
Do outro lado da cidade, Jade telefona,
desesperadamente, para seu chefe. “Atende, Paulo, atende!”. – Jade, os clientes
estão esperando. Cadê o Paulo? – Pergunta Marcos, o diretor de criação. – Não
sei, chefe! Eu sou a secretária dele, não a mãe!
Diante da sua ausência, Marcos resolve
apresentar sozinho o projeto gráfico de Paulo. Ao fim da reunião, Marcos chama
Jade até sua sala.
–
Conseguiu falar com o Paulo? – Diz ele, fazendo sinal para que a porta seja
fechada. – Ainda não, senhor. – Então vai buscar ele, já!
Jade pega o carro e sai dirigindo pelo
centro. Porque ainda está ocupada, pensando na bronca que daria em seu chefe e
amigo, acaba por não perceber o sinal vermelho. Uma moto preta atravessa à sua
frente e o carro de Jade acaba parando do outro lado da avenida. Tudo fica preto
e, então, branco. O cheiro de desinfetante cítrico e soro invade seus sentidos
e ela acorda em um leito. O enfermeiro aproxima-se da cama e pergunta-lhe o
nome, quantos anos tem e onde trabalha. – Eu sou a Jade, tenho 26 anos e acho
que perdi meu emprego. E você?
Ele
sorri e aponta o crachá no seu peito. – Eu sou o André, tenho 32 e perdi a
namorada. – Prazer, André. – Prazer.
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