- Não sei, Guto. Pergunta pra
ela!
- Como assim, pergunta pra ela?
- Simples: pergunta pra menina se ela gosta de romantismo!
- Ai, Ana Luísa, você acaba comigo...
- Quem acaba com você é a sua insegurança... Gustavo.
- E o seu namoradinho, que houve?
-... Não quero falar sobre isso.
- Como assim, pergunta pra ela?
- Simples: pergunta pra menina se ela gosta de romantismo!
- Ai, Ana Luísa, você acaba comigo...
- Quem acaba com você é a sua insegurança... Gustavo.
- E o seu namoradinho, que houve?
-... Não quero falar sobre isso.
Ana
Luísa e Gustavo são amigos inseparáveis desde que se lembram. Guto diz que é
primo da tia da mãe de Luísa – ou algo assim, e é isso que os faz tão unidos.
Ela, em contrapartida, diz que sua inteligência e a sensibilidade de Guto são
como gelo e sal, e é isso que os aproxima.
Não há certezas na relação.
Tampouco, dúvidas. Os dois preferem não racionalizar a amizade. Deixar fluir naturalmente.
- E agora?
- Agora o quê?
- Cansou de ficar rabiscando esse caderno e vai falar sobre o cara?
- Ah... se curiosidade matasse.
- Não tô curioso coisa nenhuma! É só uma pesquisa que estou fazendo.
- Sobre o quê?
- “Por que as mulheres preferem os cafajestes” por Gustavo Albuquerque.
- Como você é engraçado, Guto.
- Mamãe também acha. Mas vai, conta aí. Abre seu coraçãozinho.
- Não tem o que dizer. Ele me traiu e eu vou me suicidar.
- COMO ASSIM? Ele te traiu?
- Foi. Só que eu acho que até foi bom. Me livrei de mais um idiota.
- Mais um...?
- Você entendeu.
- E você vai se matar por causa de uma traição? Não é exagero?
- Não é por causa da traição. Só. É por causa de tudo.
- Ah, bom, agora tá explicado. Quer ajuda?
- Para, moleque! Eu tô falando sério. Cansei de tudo ser sempre igual.
- Ah, entendi. E por “tudo”, você quer dizer os homens?
- Odeio quando você faz essas aspas com as mãos.
- Odeio quando você é “reticente” sobre o assunto.
- Lembra o loiro que eu namorava? O que aconteceu?
- Ele ficou com a minha ex... Né?
- Isso. E depois dele, o outro e o outro e, agora, esse.
- E daí, Lu?!
- E daí que é tudo sempre igual!
- Como você é dramática... Eu também fui traído pelo loiro e não fico pensando em me matar.
- Vocês já tinham terminado, Guto. Ela não te traiu.
- Verdade. Tinha esquecido.
- E você ficou deprimido, também, quando terminaram!
- Verdade. Obrigado por me lembrar, Ana Luísa!
- Desculpa, Guto.
- Tudo bem. Ela não prestava mesmo. Agora que eu vejo o quanto fui burro por ter ficado triste.
- Foi mesmo! A menina nem era tão bonita e tratava você como lixo.
- Ainda bem que agora eu já estou conformado e até andei saindo com outras garotas.
- Esqueceu completamente?
- Completamente! Mas, na época, eu achava que todas as meninas fariam sempre a mesma coisa comigo. Me usar e depois, me descartar.
- Como você é bobo! Não pode julgar todo mundo por causa de uma ou duas. Algumas meninas são legais. Tipo eu!
- É verdade. Acho que agora eu percebo isso. Mas quando nós terminamos, eu pensei até em tirar minha própria vida.
- Você ia se matar por causa do fim de um namoro? Que exagerado! Eu nunca faria isso, Guto. Você é um bobo.
Gustavo olha pra baixo, com um sorriso tímido. Ana Luísa dá um empurrãozinho nele e deita em seu colo.
- Você é um idiota, Gustavo.
- E sou mais esperto que você.
- Eu te amo.
- Eu te amo mais.
- Agora o quê?
- Cansou de ficar rabiscando esse caderno e vai falar sobre o cara?
- Ah... se curiosidade matasse.
- Não tô curioso coisa nenhuma! É só uma pesquisa que estou fazendo.
- Sobre o quê?
- “Por que as mulheres preferem os cafajestes” por Gustavo Albuquerque.
- Como você é engraçado, Guto.
- Mamãe também acha. Mas vai, conta aí. Abre seu coraçãozinho.
- Não tem o que dizer. Ele me traiu e eu vou me suicidar.
- COMO ASSIM? Ele te traiu?
- Foi. Só que eu acho que até foi bom. Me livrei de mais um idiota.
- Mais um...?
- Você entendeu.
- E você vai se matar por causa de uma traição? Não é exagero?
- Não é por causa da traição. Só. É por causa de tudo.
- Ah, bom, agora tá explicado. Quer ajuda?
- Para, moleque! Eu tô falando sério. Cansei de tudo ser sempre igual.
- Ah, entendi. E por “tudo”, você quer dizer os homens?
- Odeio quando você faz essas aspas com as mãos.
- Odeio quando você é “reticente” sobre o assunto.
- Lembra o loiro que eu namorava? O que aconteceu?
- Ele ficou com a minha ex... Né?
- Isso. E depois dele, o outro e o outro e, agora, esse.
- E daí, Lu?!
- E daí que é tudo sempre igual!
- Como você é dramática... Eu também fui traído pelo loiro e não fico pensando em me matar.
- Vocês já tinham terminado, Guto. Ela não te traiu.
- Verdade. Tinha esquecido.
- E você ficou deprimido, também, quando terminaram!
- Verdade. Obrigado por me lembrar, Ana Luísa!
- Desculpa, Guto.
- Tudo bem. Ela não prestava mesmo. Agora que eu vejo o quanto fui burro por ter ficado triste.
- Foi mesmo! A menina nem era tão bonita e tratava você como lixo.
- Ainda bem que agora eu já estou conformado e até andei saindo com outras garotas.
- Esqueceu completamente?
- Completamente! Mas, na época, eu achava que todas as meninas fariam sempre a mesma coisa comigo. Me usar e depois, me descartar.
- Como você é bobo! Não pode julgar todo mundo por causa de uma ou duas. Algumas meninas são legais. Tipo eu!
- É verdade. Acho que agora eu percebo isso. Mas quando nós terminamos, eu pensei até em tirar minha própria vida.
- Você ia se matar por causa do fim de um namoro? Que exagerado! Eu nunca faria isso, Guto. Você é um bobo.
Gustavo olha pra baixo, com um sorriso tímido. Ana Luísa dá um empurrãozinho nele e deita em seu colo.
- Você é um idiota, Gustavo.
- E sou mais esperto que você.
- Eu te amo.
- Eu te amo mais.